Em meio à campanha Dezembro Vermelho, que reforça a conscientização sobre a prevenção e o tratamento do HIV, o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) reafirma seu papel essencial no atendimento humanizado a pessoas que vivem com o vírus e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) no Distrito Federal. A unidade, situada na Asa Sul, tornou-se um referencial no cuidado e acompanhamento multidisciplinar, proporcionando não apenas assistência médica, mas também acolhimento e suporte psicossocial.
Um Espaço de Cuidado e Transformação
Maria (nome fictício), 38 anos, convive com o HIV há 19 anos e encontrou no Cedin um ponto de apoio fundamental em sua jornada. “Iniciei meu tratamento em Taguatinga, mas, quando decidi ter filhos, fui encaminhada para o Cedin. Aqui, tenho acesso a consultas com médicos, psicólogos e dentistas, além de medicamentos gratuitos. Mais do que tratamento, encontrei acolhimento”, relata.
O Cedin conta com uma equipe composta por mais de 70 profissionais especializados, promovendo um acompanhamento integral que inclui consultas, exames laboratoriais e orientação preventiva. Além disso, a unidade também é um importante centro de testagem e aconselhamento, permitindo diagnóstico rápido para ISTs.
Segundo o gerente da unidade, Leonardo Ramos, os avanços no tratamento permitem que a maioria dos pacientes levem uma vida próxima do normal. “Hoje, o HIV é tratado como uma doença crônica. Com acompanhamento semestral e uso contínuo de medicação, é possível manter a saúde e a qualidade de vida”, explica.
Avanços no Tratamento e na Prevenção

As políticas adotadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) têm refletido diretamente na redução dos casos de Aids na região. Dados indicam que o coeficiente de detecção caiu de 10,0 em 2019 para 7,0 em 2023, por 100 mil habitantes. Apesar da redução, o diagnóstico precoce segue como um desafio. “Muitas pessoas ainda têm receio de fazer o teste, mas quanto antes o vírus for identificado, maior é a eficácia do tratamento”, alerta a infectologista Denise Arakaki.
Os medicamentos antirretrovirais são disponibilizados gratuitamente pelo Ministério da Saúde e distribuídos na rede pública do DF. Além disso, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que reduz significativamente o risco de transmissão do HIV, é uma das estratégias amplamente incentivadas pelo Cedin. Atualmente, cerca de 3 mil pessoas no DF fazem uso desse método preventivo.
Outra estratégia relevante é a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), indicada para situações de exposição recente ao vírus. “Nosso protocolo inclui acompanhamento rigoroso, exames periódicos e acesso facilitado ao tratamento, garantindo segurança e eficiência para os pacientes”, pontua Ramos.
Combate ao Estigma e Promoção da Inclusão
Para além do tratamento, o Cedin desempenha um papel crucial no enfrentamento ao estigma e à discriminação enfrentada por pessoas que vivem com HIV. “Ainda há preconceito, mas aqui somos respeitados e encontramos apoio. Aprendi que, com os cuidados adequados, posso levar uma vida normal”, afirma Maria.
A infectologista Denise Arakaki reforça a necessidade de mudança na percepção social sobre a doença. “Nosso compromisso é garantir que essas pessoas não sejam excluídas, promovendo sua inserção na sociedade. Nosso desejo é que, um dia, todos possam revelar seu diagnóstico sem medo de represálias”.
Com uma abordagem humanizada e foco na prevenção, o Cedin segue como um modelo de excelência no atendimento às pessoas vivendo com HIV no Distrito Federal, reafirmando o compromisso do GDF na luta contra a epidemia e na promoção da saúde pública.